domingo, 11 de março de 2012

Carlos Gomes Júnior garante que será o vencedor das presidenciais na Guiné Bissau


Carlos Gomes Júnior declarou que “só não vê quem não quer” o desenvolvimento da Guiné-Bissau nos últimos anos
Carlos Gomes Júnior afirmou estar “cada vez mais confiante” na vitória nas eleições presidenciais da Guiné-Bissau e que uma segunda volta pode acarretar prejuízos por coincidir com a campanha do caju, o principal produto do país, informa o Jornal de Angola.

O candidato do maior partido do país, o PAIGC, apresentou, na cidade de Bissau, o manifesto de candidatura, que tem o lema “a certeza de um futuro melhor, uma convicção cimentada no trabalho”, e reuniu-se com mulheres e empresários.

“Desde Gabu, Bafatá, S. Domingos, Varela, Bissau, estamos cada vez mais confiantes, porque em todo o lado por onde temos passado há o reconhecimento do trabalho feito até aqui”, disse o candidato para uma assistência composta essencialmente por mulheres, aproveitando o Dia Internacional da Mulher.

Carlos Gomes Júnior declarou que “só não vê quem não quer” o desenvolvimento da Guiné-Bissau nos últimos anos, com o país a registar um crescimento de 5,3 por cento, superior ao da região oeste africana onde está inserido.

Às mulheres garantiu não ter dúvidas que ganha as eleições no dia 18 e pediu-lhes que votem nele, que no boletim de voto aparece com “sumbia”, gorro utilizado por alguns africanos, também usado por Amílcar Cabral, o fundador do partido.

Aos empresários, com quem reuniu, prometeu ser “um Presidente de todos os guineenses, um Presidente dialogante”.

Num discurso, em português, em que lembrou o trabalho feito enquanto primeiro-ministro para estabilizar a economia do país, disse estar orgulhoso dos resultados e elogiou “a classe empresarial forte”, sem a qual não era possível à Guiné-Bissau ser hoje “uma referência”.

“Se formos à segunda volta isso pode acarretar prejuízos aos empresários. Toda a gente sabe que o ciclo do caju é curto, mas que tem um impacto muito grande na nossa economia. Em apenas três meses de campanha [no ano passado] conseguiu criar-se um fundo com 20 milhões de dólares”.

O candidato também falou das boas perspectivas de investimentos no país, como a construção, por Angola, de um porto de águas profundas, a exploração de bauxite, no sul, e a ligação, por via-férrea, à Guiné Conakry e ao Mali.

A candidatura de Carlos Gomes Júnior tem pedido uma vitória expressiva nas eleições do dia 18 para não ser necessária uma segunda volta. O candidato está em campanha no arquipélago dos Bijagós.





A Coordenação
Salvador Sano Jr
Ensa Sissé

sábado, 10 de março de 2012

Analista vaticina vitória de Carlos Gomes Júnior nas presidenciais da Guiné-Bissau


Primeior-ministro Carlos Gomes Júnior, candidato às presidenciais da Guiné-Bissau
O analista de política internacional Belarmino Van-Dúnem considerou  em Luanda, Carlos Gomes Júnior, primeiro-ministro cessante, como  favorito às eleições presidenciais antecipadas de 18 de Março de 2012 na Guiné-Bissau. 
O especialista que comentava à Angop o actual momento político da Guiné-Bissau na véspera desse pleito eleitoral, sustentou o seu vaticínio ao considerar que Carlos Gomes Júnior está no sistema e depois do falecido presidente Malan Bacai Sanhá, a nível do PAIGC, é a pessoa de maior influência com a capacidade de liderança.         
Disse que a nível político na Guiné-Bissau não se pode descurar actualmente a presença e a influência de Carlos Gomes Júnior, embora se possa aventar o tipo de relações que o mesmo tem e possa ter com as Forças Armadas e órgãos de Segurança.
O também docente universitário é de opinião de que sendo um político flexível e com conselhos necessários, poderá desenvolver uma relação de paz, de reconciliação, de coordenação e de continuidade das acções que têm sido levadas a cabo pela comunidade internacional.
Lembrou que o Primeiro-ministro na Guiné-Bissau é o chefe do Governo, ou seja o executor, tem a decisão de governação, apesar de o presidente da República ser o comandante-em-chefe das Forças Armadas.
"Quem propõe a nomeação do chefe do estado-maior é o primeiro-ministro depois de receber a anuência ou não do presidente da República, o que quer dizer com isso que, Carlos Gomes Júnior está dentro do processo e pode garantir a sua continuidade", explicou.
Afirmou que as eleições presidenciais de 18 de Março constituem um pressuposto indispensável para que a Guiné-Bissau possa encontrar à normalidade constitucional, em função da vacatura no cargo de presidente da República, em consequência da morte, a 9 de janeiro deste ano em Paris, do presidente Malan Bacai Sanhá.
Considera ainda que essas eleições poderão ditar ou não a continuidade dos esforços que a comunidade internacional tem feito para que a Guiné-Bissau tenha um rumo de paz e de reconciliação, através da reedificação da reforma e da organização das Forças Armadas e de Segurança.
Para o docente universitário, essa premissa permitirá ao país Oeste africano não só ter o controlo do seu território, mas também se transformar em parceiros naquilo que é o desenvolvimento da cooperação a nível internacional.
"Se o pleito eleitoral decorrer com normalidade, se as eleições forem consideradas justas e livres, sem forem aceites pelos concorrentes, a sociedade civil e a população guineense em geral, então teremos uma Guiné-Bissau que irá continuar na senda da cooperação", perspectivou.
As primeiras eleições multipartidárias para a presidência e o parlamento na Guiné-Bissau tiveram lugar em 1994.
Em 1998, o presidente João Bernardo “Nino” Vieira foi derrubado por um golpe de Estado liderado pelo brigadeiro Ansumane Mané e, entre 1998 e 1999, o país mergulhou numa guerra civil com todas as consequências que daí advieram.


A Coordenação
Salvador Sano
Ensa Sissé

Carlos Gomes Júnior, candidato do PAIGC, em entrevista ao semanário português 'Sol'

A uma semana das presidenciais antecipadas, o ex-primeiro-ministro guineense Carlos Gomes Júnior fala ao SOL. O líder do PAIGC admite que Bissau tem um défice de imagem, mas fala em estabilidade e crescimento. Aos 62 anos, Carlos Gomes Júnior deixa a chefia do Governo e é o candidato do partido do poder nas eleições presidenciais de 18 de Março, antecipadas após a morte a 9 de Janeiro do chefe de Estado Malam Bacai Sanhá.

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As presidenciais de 18 de Março podem também ser vistas como um referendo ao seu legado enquanto primeiro-ministro. Sente-se confortável com isso? 

Não penso que estas eleições possam servir para julgar a minha actuação enquanto primeiro-ministro. Mas, se o eleitorado assim o entender, estou confortável com o legado que deixo enquanto primeiro-ministro. Apesar de alguns incidentes menores, como os ocorridos no final do ano passado, hoje a Guiné-Bissau vive um período de paz e estabilidade, reconhecido aliás não apenas pelos guineenses, mas também por diversas instituições internacionais. 

As greves na administração pública repetem-se, e em Dezembro o país voltou a viver momentos de agitação militar. A Guiné-Bissau está hoje melhor do que quando a encontrou? 

A Guiné-Bissau está hoje um país melhor, embora muito exista ainda para fazer. O meu Governo investiu muito na função social do Estado. Existiram aumentos salariais e registou-se uma subida do salário mínimo nacional. Existe hoje em dia um maior controlo da despesa pública, e o esforço que o País está a fazer é reconhecido pelas instituições internacionais. Repare, em quatro anos passamos de um crescimento negativo de - 2,8% para um crescimento positivo que oscila entre os 4,5% e os 5,2%. Tudo isso foi feito com muito esforço de todos. A agitação de que fala é residual e decorre de algo que temos vindo a resolver aos poucos. Queremos fazer uma reforma condigna da Segurança e das Forças Armadas que possa valorizar os nossos militares e dignificá-los enquanto pilar essencial da nossa sociedade, do nosso País e da nossa independência. 

Pretende abandonar por completo a actividade executiva ou poderá a Guiné-Bissau vir a ter um Governo de iniciativa presidencial? 

Eu acredito e defendo a separação de poderes. E embora o partido seja o mesmo (PAIGC), a chefia do Governo estará nas mãos de uma pessoa muito competente, em quem deposito toda a minha confiança. Claro está que isso facilita o diálogo entre as instituições e eu enquanto chefe de Estado estarei atento, colaborante e dialogante, mas é ao Governo que compete governar. O meu papel como primeiro-ministro acabou e entendi que posso ser muito mais útil ao meu país na Presidência da República. É também por isso que me candidato. 

Quem gostaria de ver suceder-lhe na chefia do Governo? 

A escolha caberá aos meus camaradas do partido e os seus militantes. Como lhe referi, defendo a separação de poderes e quando for eleito chefe de Estado deixarei igualmente a liderança do PAIGC. O partido tem quadros competentes, com experiência, e o passado tem mostrado que, quando a hora chega, sabem não apenas escolher o melhor mas rodearem-se dos melhores. Não estou preocupado com a minha sucessão, estou optimista com o futuro do meu país. 

Quais as suas prioridades para a Presidência? 

Quero, acima de tudo, contribuir como elemento agregador e pacificador do meu povo. Serei o seu primeiro representante, no país e no exterior. Sei que a imagem externa da Guiné-Bissau reflecte uma realidade que não é a mais exacta e correcta. Os guineenses vivem tempos difíceis – um pouco como acontece em todo o mundo, incluindo Portugal – mas acredito que a nossa vontade como Povo vai superar os desafios que enfrentamos. Todos somos chamados a esta tarefa e eu, enquanto Presidente da República, tudo farei para que amanhã o meu povo possa viver melhor. 

A oposição afirma que a sua candidatura é inconstitucional pelo facto de um primeiro-ministro não poder ser demitido por um Presidente interino, nem por poder alguém acumular os cargos de primeiro-ministro e Presidente. Como responde? 

Essa é uma falsa polémica e uma falsa questão que está a ser trazida por alguns elementos da oposição para tentar incendiar a campanha e confundir o povo. O acesso de qualquer guineense ao mais alto cargo do país é constitucionalmente garantido. Irónico seria se isso não fosse permitido a alguém que ocupava até há pouco tempo a chefia do Governo. As instituições nacionais competentes já se pronunciaram pela legalidade da minha candidatura e até mesmo reputados constitucionalistas internacionais – como o Dr. Jorge Miranda – confirmaram a legalidade da minha candidatura. Estou sereno e confiante e sei que isto também não passa de manobras de alguma oposição, porque sabem que o PAIGC e eu próprio estamos em condições de vencer e logo à primeira volta. 

Dados os conhecidos problemas com a actualização dos cadernos eleitorais, acredita estarem reunidas condições para uma eleição livre e justa? 

Nesse aspecto, nós estamos à vontade. Fomos a primeira força política a apelar para que o prazo dos 60 dias fosse alargado para permitir que os cadernos eleitorais fossem actualizados e que fossem registados os novos eleitores. Será uma eleição livre e justa, com vários observadores internacionais a atestá-la, algo que sempre defendemos. Queremos olhar a Guiné-Bissau para o futuro e não estar presos ao passado. A 18 de Março há uma nova oportunidade para o país e para o seu povo e sabemos que esta não irá ser desperdiçada. 

Dispõe de sondagens? A eleição poderá ficar resolvida à primeira volta?

Estamos muito confiantes que a 18 de Março a maioria dos eleitores vai escolher o PAIGC como força política mais votada e eleger-me como Presidente da República. As pessoas conhecem-me, conhecem o meu trabalho e a minha obra e os eleitores sabem que Carlos Gomes Júnior é o único candidato que lhes oferece a certeza de um futuro melhor. 

Que palavras merecem os seus mais directos rivais Kumba Yalá, Henrique Rosa e Serifo Nhamadjo? 

Eu respeito todos os candidatos. Quero fazer uma campanha pela positiva e estou a fazer essa campanha. Não entro em polémicas estéreis, mesmo quando criadas pelos meus adversários. 

O país ainda não alcançou a desejada estabilidade. Como conta promovê-la na Presidência? 

O poeta costuma dizer que o caminho faz-se caminhando. Hoje estamos melhores que ontem e amanhã estaremos melhores que hoje. Acredito que estas eleições serão determinantes, não apenas ao nível nacional mas também junto da comunidade internacional, para mostrar que a Guiné-Bissau caminha na senda do sucesso. E com o sucesso vem a estabilidade e a paz que todos queremos e desejamos. 

Qual a sua relação actual com o CEMGFA António Indjai? 

É uma relação cordial e de respeito. 

Que balanço faz da colaboração angolana? Pretende vê-la reforçada? 

Angola tem sido um bom amigo da Guiné-Bissau e esperamos e contamos com a sua leal colaboração. Sentimos que somos parceiros, unidos por um passado comum e com um futuro onde os dois, preservando as suas independências enquanto países, podem continuar a trabalhar nos vários domínios que até aqui temos desenvolvido. Queremos reforçar a cooperação internacional, não apenas com Angola, mas com todos os estados com os quais nos sentimos próximos e onde percebemos que os nossos objectivos são comuns. 

Como é público, a Guiné-Bissau é hoje vista como um narcoestado por vários observadores externos. O que está a ser feito para alterar esta situação e que contributo conta prestar na Presidência? 

A Guiné-Bissau tem desenvolvido um intenso combate a este flagelo e temos contado com o apoio das organizações internacionais. Temos determinação e temos vontade e o Governo que liderei deu um sinal claro nesse combate. Mas temos a consciência que estamos a lidar com um inimigo poderoso e sabemos que este não é um combate que vencemos sozinhos. Mas acredito que a comunidade internacional irá ajudar-nos a combater este flagelo. 

Como se consegue ‘vender’ uma Guiné-Bissau com défice de imagem aos investidores estrangeiros? 

Penso que aqui há duas palavra-chave: credibilidade e estabilidade política. Temos feito um esforço no sentido de consolidar as contas públicas e esse esforço tem tido resultados práticos e é reconhecido pelas instituições internacionais. Acredito que é uma questão de tempo até que novos investidores internacionais vejam que a Guiné-Bissau é um país de futuro e onde vale a pena investir. 

Quais os grandes vectores para o desenvolvimento do país? 

Continuamos a apostar na agricultura e nas pescas, que garantem a subsistência de inúmeras famílias guineenses. Mas não só. Acreditamos que o investimento estrangeiro será benéfico para o desenvolvimento da Guiné-Bissau. Há muito para fazer no país e estamos dispostos a arregaçar as mangas e trabalhar em conjunto com quem queira investir e apostar no futuro da Guiné-Bissau. Acreditamos que, com a estabilidade política e social, virão novas oportunidades de desenvolvimento. 

Quais os maiores desafios? 

Acima de tudo, acho que o maior desafio é o da estabilidade política e social no país. Assim que esta seja uma realidade que também seja percebida lá fora, da mesma forma que já é vivida e sentida pelos guineenses, acredito que a Guiné-Bissau se irá levantar. Temos o turismo para desenvolver, por exemplo, com o arquipélago dos Bijagós a ser um verdadeiro diamante em bruto para ser explorado. Outra das apostas vai ser o sector minério. 

Como tem acompanhado a situação no vizinho Senegal? 

O Senegal é um país irmão e tudo o que se passa no Senegal acaba sempre por afectar, directa ou indirectamente, a Guiné-Bissau. Temos boas relações de vizinhança com este país e pertencemos à mesma comunidade (UEMOA, União Económica e Monetária do Oeste Africano e CEDEAO, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) e estamos sempre prontos a que tudo se faça para que entre vizinhos tudo corra bem. Acompanhamos com alguma preocupação o acto eleitoral que também decorre no país, mas sabemos que quem quer que seja que os senegaleses escolham será sempre um bom amigo da Guiné-Bissau. E isso para nós é o mais importante. 

No quadro da Lusofonia, qual o estado das relações com Cabo Verde, Portugal e Brasil, e quais as expectativas para o futuro próximo? 

Temos as melhores relações com os países que referiu e também com os nossos restantes irmãos lusófonos de Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe e também com Timor-Leste. Acredito que todos juntos somos mais fortes e que o nosso passado e herança comum hoje liga-nos e identifica-nos no mundo. A CPLP está com um dinamismo extraordinário e orgulhamo-nos do trabalho que o guineense Domingos Simões Pereira tem estado a desenvolver. A língua Portuguesa tem força e voz no mundo. Trabalhamos juntos para que o futuro seja melhor e que nos possamos ajudar mutuamente.
Entrevista: Pedro Guerreiro
Jornal 'Sol', Lisboa





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Carlos Gomes Jr Manifesto de Candidatura


Carlos Gomes Jr., candidato do PAIGC, apresentou no, dia da Mulher, o seu Manifesto de Candidatura - "A certeza num futuro melhor; Uma convicção cimentada no trabalho". Promete, entre outras coisas, ser "um Presidente junto do Povo, de todas as camadas sociais, e um futuro melhor para os guineenses.


Candidato do PAIGC em várias frentes



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CARLOS GOMES JR. em Biombo

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CARLOS GOMES JR., candidato do PAIGC, foi a Biombo na véspera «pedir a reinança» aos homens grandes. Depois, abriu em Gabú, com dezenas de milhares de pessoas. Tem dinheiro, uma máquina gigante de campanha e uma grande logística. Só em Gabú, diz quem lá esteve, um cortejo de mais de 200 viaturas acompanhou o candidato.


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